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A CABALA E OS HEBREUS

 

  

OS HEBREUS E A CABALA 

OS HEBREUS

Em aproximadamente 1.900 a.C., pastores nômades fixaram-se na região formada pelas terras áridas da Judéia, a planície costeira do mediterrâneo, a região montanhosa de Samaria e o vale do Rio Jordão. Foi o marco inicial da história do povo hebreu.

 

Os Patriarcas

Segundo a Bíblia, Abraão foi o primeiro patriarca e dele descendem todos os hebreus. Naquela época o povo hebreu não possuia unidade política. Vivia em tribos, cujos líderes eram os patriarcas. Jacó, neto de Abraão, trocou seu nome para Israel ( que significa "combatente de Deus"). Israel teve doze filhos que deram origem às doze tribos de Israel.
Por volta de 1.700 a.C. o povo hebreu mudou-se para o Egito devido a uma grande seca que assolou a região. Com o tempo, o povo hebreu foi escravizado pelos sucessivos faraós egípcios, período que durou por volta de 400 anos.
A libertação foi obtida por Moisés que conduziu o povo hebreu à Palestina. Esse período ficou conhecido como Êxodo e a marcha de volta levou 40 anos.
Moisés recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei. Os Dez Mandamentos (Decálogo) teve uma profunda influência na conduta moral do povo hebreu.

 

Os Juízes

O período que se seguiu, já na Palestina, colocou na mão de poucos o poder político e militar da região. Aqueles homens ficaram conhecidos por Juízes. Eles tiveram sua autoridade consolidada, principalmente, devido às sucessivas batalhas que os hebreus tiveram de travar com os povos que habitavam a Palestina. A centralização do poder , o fortalecimento da autoridade e a reconquista da região motivaram o aparecimento da monarquia israelita.
Em 1010 a.C. (alguns atribuem ao ano de 1052 a.C.), Samuel, o último Juiz, consagrou Saul rei de Israel.

 

Os Reis

A monarquia teve três reis. O primeiro, Saul, comandou várias ofensivas contra os filisteus e acabou derrotado. Conta-se que saul proibiu todas as práticas mágicas em seu reino. Contudo, tomado pela incerteza de uma batalha próxima ( a de Gilboath) , viajou disfarçado até a cidade de Endor a fim de consultar uma mulher que se atribuia o poder de comunicação com os espíritos. Pediu para falar com o velho Samuel, já morto, e este atendeu-o. Perguntando ao espírito a respeito da batalha, o mesmo respondeu: "Amanhã, vós, tu e teus filhos estareis comigo". Isto realmente ocorreu. Algumas fontes disseram que Saul, após a derrota, preferiu o suicídio.
O segundo rei, Davi, derrotou os filisteus e os cananeus, tomando a cidade de Jerusalém, transformando-a na capital da monarquia. Quando Davi faleceu deixou uma administração razoável, um exército organizado e um governo centralizado. Salomão, seu sucessor, construiu o Templo de Jerusalém, representando o apogeu desse período da história israelita.
Em 926 a.C., quando Salomão morreu, a monarquia israelita desmoronou.

 

O Cisma

As doze tribos dividiram-se em dois reinos: o Reino de Israel, ao norte, formado por dez tribos; e o Reino de Judá, ao sul, formado pelas outras duas tribos.
O Reino de Israel foi conquistado por Sargão II, do Império Assírio, em 722 a.C. As tribos israelitas desapareceram e seus integrantes foram mortos ou deportados pelos invasores. O Reino de Judá foi conquistado em 578 a.C., por Nabucodonosor. O Templo de Jerusalém foi destruído e os judeus foram transportados para a Babilônia. Foi o conhecido "Cativeiro Babilônico".
A partir daí, a história hebraica antiga registra as seguintes datas importantes:

539 a.C.: Os judeus retornam à Palestina. Reconstroem o Templo de Jerusalém e tornam-se integrantes do Império Persa;

332 a.C.: A Palestina é incorporada ao Império de Alexandre Magno, após a derrota dos persas;

63 a.C.: A Palestina é conquistada por Pompeu e transformada em província do Império Romano;

70 d.C.: Os judeus se revoltam sendo sufocados pelos romanos. Pela segunda vez o Templo de Jerusalém é destruído. Em 73 d.C. desaparece o último foco de resistência judaica e os hebreus são definitivamente expulsos da região e se dispersam por todo o Império Romano. É a Diáspora.

 

 

ASPECTOS DAS CRENÇAS E PRÁTICAS RELIGIOSAS ENTRE OS HEBREUS 

 

Considerações Iniciais

Os hebreus eram monoteístas (acreditavam em único Deus) e proibiam severamente as práticas de magia branca, bruxaria, e necromancia entre as camadas populares. Contudo, havia corpos de especialistas oficiais, autorizados nas atividades "mânticas"( do grego manteia=profecia, predição). Esses especialistas praticavam, comumente, a onirocrisia e a ornitomancia.
As profecias eram obtidas por homens austeros e venerados, sem rituais ou magias. Eram homens considerados por toda a comunidade pois eram capazes de receber a palavra de Deus. As profecias eram obtidas quer em estado natural, quer em estados de consciência alterada (êxtases, sono, etc.). Haviam vários profetas. Entre os maiores citados na Bíblia estão Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Além dessas práticas sabe-se que a Astrologia foi ativamente praticada, pois a mesma foi transmitida pelos Caldeus.

 

CABALA OU QABBALAH

Ocultistas do mundo inteiro cultuam a prática da Cabala. Significa "tradição recebida". Consiste numa original arte divinatória baseada na aritmomancia (adivinhação através dos números e das letras). Durante vários séculos a Cabala foi transmitida oralmente e parece que somente na Idade Média foi escrita.
As origens da Cabala parece estar numa coleção de leis religiosas, MISHNA, reservada apenas aos iniciados. Os primeiros rabinos, através dela, buscavam atingir a visão do trono da glória ou o Merkabah. Ainda havia descrições detalhadas e ritualísticas a respeito da elevação de almas ao Céu e dos perigos enfrentados na jornada e teorias sobre o universo e abordagens sobre anjos e demônios.
Outra fonte de origem da Cabala diz que a mesma surgiu entre o século III e VI d.C. Sua origem é duvidosa. Não se sabe se apareceu na Babilônia ou na Palestina. Mas o livro da Criação (SEFER YETSIRAH) certamente fundamentou as práticas cabalísticas com as noções de que a realidade estaria estruturada através das letras. Por essa concepção o mundo derivou-se de 32 elementos (os dez primeiros números e as vinte e duas letras do alfabeto hebraico).
Segundo a Cabala, o processo cósmico estaria embutido na progressiva descoberta do nome de Deus, inacessível à maioria dos mortais.
A Cabala teve, certamente, outras influências no decorrer dos séculos. O Gnosticismo (estudo sobre a natureza de Deus), o Neoplatonismo (manifestação do espírito sistematizador grego utilizado para reunir e justificar um conjunto de crenças baseadas no misticismo) e a própria Magia parecem ter influenciado as práticas cabalísticas.
Em 1280 d.C., Moses de Leon escreveu o "Livro do Esplendor"(Zohar) na Espanha. Esse livro parece trazer uma fusão de doutrinas e tradições antigas, além daquelas defendidas pelo próprio autor.

 

A ÁRVORE DA VIDA - SEPHIROT

Na Árvore da Vida (Sephirot) o lado esquerdo representa a mulher; o lado direito, o homem; o centro representa a harmonia das tendências opostas. A doutrina dos Dez Sephirots é o nome que se dá aos atributos necessários para o conhecimento de Deus.

1. KETHER - coroa de Deus; o nada.

2. HOKHMAH - sabedoria de Deus.

3. BINAH - compreensão de Deus.

4. HESED - bondade de Deus.

5. DIN - poder de julgamento de Deus.

6. TIFERETH - misericórdia de Deus.

7. NETSAH - eternidade de Deus.

8. HOD - dignidade de Deus.

9. YESOD - atividade de Deus.

10. MALKHUTH - reino de Deus.